doloridos, combinações de compassos, engulhos, entulhos de dor.
Picotamos
matéria prima, combinamos pedaços, fraturas de umbigo, vertigens do corpo,
torrente de vida, corte na carne; nosso chão: dor de existir - vivente.
Experimentamos rasgos de engasgos cotidianos, ranhuras do inusitado, texturas do
que ainda não há.
Desassossego é o que nos une, porque é carne trêmula e é
no quintal dos nossos encontros que os des-saberes ganham abrigo pleno em nossos
desejos.
Tua mão me redesenha em teu verbo - poesia delirante. Meu corpo
reinventado por teus dedos, campo fértil de resistência contra uma vida mediana,
morada da mesmisse. O que era mesmo o princípio, ou o fim?
Tua-minha dor
perdem formas e ganham ritmos na comunhão de nossas curvas – cambalhotas de
delírio, piruetas de saltos, fagulhas transbordantes de viver.
Duo-lírios:
soma da dor e multiplicação da intensidade insana de dois à elevada à ilimitada
potência de vida: amor em excesso nunca é demais, ele é uma oficina, que se
reinventa nas rebarbas também.
Asas quebradas, principiadas num pesar sem
rumo, amanhecem macias em nossas coxas de serpentear.
Desassossego a dois
inaugura mundos e é terra a deriva no salto mortal para a vida. Quando a
angústia se afinar em teu peito, guarde um tanto de molejo para nossos corpos e
outro para o chão daqueles sonhos-impulso dos teus vôos.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Desassossego: Un recuerdo
Perturbados fazemos montagens de recortes
(resposta ao texto disponível aqui)
.
Postado por
Daniela Patricia dos Santos
às
13:01
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